Tenho para mim que a felicidade completa não existe. O que existem são os momentos felizes. E estes devem ser vividos em sua plenitude. Estamos sempre abrindo mão de algumas coisas para conquistarmos outras. É assim no trabalho, na escola, no relacionamento e em tudo na vida.
Nos últimos dias passei pela pior "fase" da minha vida até agora. Me desesperei, quase enlouqueci, mas tive a bênção de perceber que tudo isso era necessário para o meu crescimento pessoal e espiritual porque, nos momentos mais difíceis, tendemos a nos aproximar de Deus o que deveria acontecer também nos momentos felizes (mas isso é assunto para outro post). O que quero dizer é que ninguém vive uma vida emprestada. Estamos sempre no lugar onde deveríamos estar, e passamos por coisas que deveríamos passar. E o que aparentemente é ruim pode ser bom. Depende do momento em que analisamos.
Decepções são constantes nessa caminhada e, ainda que a decepção nos brinde um milhão de vezes, cada vez parece ser única. Mas o que é a vida senão um constante aprendizado? Apesar de ser a frase mais batida que eu conheço, "errar é mesmo humano", o que diferencia é o que você faz com o erro.
Aprendi nesse período que devemos tentar entender as razões de cada um e vou além: É preciso tentar compreender as atitudes das pessoas não só pelo momento em que tais atitudes são tomadas. Devemos buscar outros contextos, tais como as feridas enraizadas nos problemas familiares, os valores que foram passados durante toda uma vida e assim por diante. Não devemos julgar alguém apenas por um momento da vida.
Lembro-me que certa vez colhi um cravo num jardim de uma casa vizinha e, ao chegar em casa, feliz com flor na mão, minha mãe acompanhou-me até a casa ao lado, me fez chamar a dona e pedir-lhe desculpas por ter colhido sua flor sem permissão. Naquele momento me senti humilhado, achei uma atitude desnecessária, mas hoje compreendo o ensinamento que minha mãe quis passar. Aprendi que todas as atitudes que tomamos na vida tem consequências e que devemos assumir todas elas. Aprendi que reconhecer o erro é o primeiro passo para consertá-lo. Errei muito na minha vida e acredito que errarei mais um pouco enquanto estiver vivo. Faz parte da nossa existência. Mas nunca me isentei dos meus erros, embora sempre procurei desculpas para justificá-los (e quase sempre encontrei), mas consciente de que isso não os transformaria em acertos. Porém eu não posso cobrar isso das pessoas com as quais convivi ou convivo. Estes são valores passados na criação e somos criados de maneiras diferentes, por famílias diferentes e em condições diferentes. O importante é que sejamos verdadeiros não com os outros somente, mas conosco. Porque uma mentira não pode ser sustentada a vida toda. A verdade sempre aparece e é impossível vivermos um personagem durante toda a vida. Uma hora a nossa própria consciência irá nos cobrar.
Posso ter sido um idiota ou qualquer outra coisa, posso ter tido um surto psicótico, posso ter enlouquecido momentaneamente... Amei, odiei, chorei, me desesperei, tive vontade de morrer... Mas não deixei de ser VERDADEIRO. Vivi cada momento intensamente, sentia-me vivo...
E, agora que tudo isso passou tenho a minha consciência tranquila.
Enfim, estou em paz!